• Decolonizando Memória e Tecnologia

    - 2021 -

    - Laboratório Arq. Futuro de Cidades - Insper -

    (acesse os videos após o texto)

    DECOLONIZANDO MEMÓRIA E TECNOLOGIA

    A construção do território e de sua memória são, de fato, um contínuo. Um território só se constitui a partir da circulação de Informações e processos comunicacionais de toda ordem. Nesse quadro, pergunta-se, em que contexto ocorrem esses processos? A que mecanismos produtivos e de tomada de decisão eles servem? Quais os registros remanescentes desse processo? A qual visão de história estão atrelados? Serve a quais interesses?

    - Decolonizando a Memória do Espaço Público 

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    É possível falarmos de memória e inteligência coletiva? Quais são seus princípios operativos? É possível uma comunidade agir de maneira inteligente e constituir sua memória? Esse debate é explorado nos dois primeiros videos dessa séria. Longe de esgotar o assunto, apontam caminhos para subsidiar uma discussão. São oferecidos breves apontamentos teóricos e alguns casos práticos. São examinados pilotos de constituição de memória em nível local (Vila Nova Esperança -SP e Rio Doce - ES), de apagamento de memória (Valongo - RJ) e de reconstituição de memória cívica e institucional (Constitution Hill - Afica do Sul). 
     
    Com André Leirner (Arq.Futuro), Gegê Leme (sitesofconsience.org) e Rogério Jordão (UFRJ). 
     

    Pontos centrais:

    - Segundo a neurociência, inteligência e memória são mutuamente constituintes. Memória implica em conhecimento e reconhecimento, i.e., retorno ao conhecimento adquirido, razão pela qual ciclos de informação são centrais para a constituição de inteligência. Em coletivos, a governança organiza esses ciclos de informação, mediando memória e inteligência coletiva.

    - São apresentados dois casos de ciclo reiterado de informação alimentando processos decisórios, (i) Vila Nova Esperança - SP e Rio Doce - ES, e (ii) casos de apagamento de memória, e destituição de memória coletiva, da população preta no Brasil (Valongo-RJ) e de reconstituição de memória da população preta na Africa do Sul (Constitution Hill- S.A.).

    - Mediação Participativa em Escala Local e Regional 

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    Constituir inteligência e memória coletiva no território resulta de processos comunicacionais. Comunicar-se, dar voz,  constituir legados de dados e sedimentar valores comunitários fortalecendo a esfera pública em escala local, municipal e regional, contudo requerem estratégias diferentes. Quais são as semelhanças e as diferenças dentre operações em escalas diversas? Qual o papel e quais recursos de comunicação empregados? Como ocorrem os ciclos de formação  participativa e de geração de informação? E de criação de sentido? Quais os legados desses projetos? Quais são seus desafios de sustentabilidade? 
    Novamente, longe de esgotar o assunto exploramos aqui casos para subsidiar essa discussão e fomentar um debate. São examinados casos de resgate identitário em uma favela violentíssima (Cidade Quintal), de requalificação urbana (Translab.Urb), de gestão participativa intensiva em escala Municipal (Prefeitura do Conde - PB) e de formação intensiva de agendas políticas em âmbito nacional (TRACFM.ORG no Kenya e Uganda). 
     
    Com André Leirner (Arq.Futuro), Juliana Lisboa (Cidade Quintal), Leonardo Brawl (TranslabUrb),  Flavio Tavares (Pref. Conde-PB), Wouter Dykstra (TRACFM,org). Comentários de Claudia Pires (CBN-BH), Monica Pinhanez e Roque Verlang (Arq.Futuro)
     

    Pontos centrais:

    - Ciclos comunicacionais envolvem o resgate, a sistematização, interpretação e a disseminação da informação coletada. Essa informação coletada constitui legado informacional e memória processual, resultante do processo implementado e seu sistema de governança. Constituem espaços para o diálogo local e ampliado, e para manifestação de diferenças e antagonismos entre partes. Processos de governança orientam tomada de decisão.

    - Esses ciclos são examinados em 4 casos de diferentes escalas e relação com o coletivo: (i) resgate de memória e identidade de favela assolada por violência do narcotráfico no Espírito Santo - escuta e engajamento comunitário faz emergir histórias e afetos, que são incorporados no desenho do espaço publico ressoando uma dinâmica coletiva e comunitária diferente daquela então existente; (ii) consulta cidadã em projetos de desenvolvimento urbano e local - escuta cidadã alimenta e subsidia projetos urbanos financiados pelo Banco-InterAmericano de Desenvolvimento; (iii) recursos de mediação simples e cotidiana são empregados em âmbito municipal para o desenho e implementação de políticas públicas em cidade da Paraíba, e (iv) radio comunitária de âmbito nacional utiliza-se de campanhas de informação e consultas em SMS para desenhar panoramas de situação setorial e relatórios de advocacy e pressão legislativa na Africa.

    - Decolonizando Civic Tech 

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    Considerando que 
    (1) dados são o novo petróleo; 
    (2). que relações de colonização envolvem exploração e expropriação de riqueza, e a riqueza gerada num ponto se acumula em outro, beneficiando majoritariamente terceiros, proprietários de meios e modos de produção de dados; 
    (3) que ao se produzir dados se produzem informações e valores sociais, e que 
    (4) mecanismos de alienação são centrais ao funcionamento dessa operação, e incidem sobre pelo menos 3 dimensões do campo de ICT, (a) infraestrutura de transmissão; (b) de legado e (c) de serviços (recursos sócio-técnicos, repertórios politico-pedagógicos e arquiteturas cognitivo-simbólicas), e 
    (5), que . decolonizar é criar capacidade e autonomia negocial local a partir de interesses próprios do território, pergunta-se: 
    (i) como essas relações se dão hoje, em um mundo interconectado, e quais os perspectivas de desenvolvimento do setor de Civic Tech no que toca a, (i.i) implementação de plataformas de governo; (i.ii) papel e formação de servidores públicos e (i.iii) ao papel do Estado na oferta (sustentável) de serviços e na criação de valor, e 
    (ii.) Como o contexto de emergência climática e complexidade incide nesse tema? 
     
    Com André Leirner (Arq.Futuro), Beatriz Vazconsellos (Kennedy School, Harvard), Bruna Santos (ENAP), Tiago Peixoto (Banco Mundial). Comentários de Monica Pinhanez (Arq.Futuro)
     

    Pontos centrais:

    - Serviços digitais de governo devem atender às necessidades da população. Ranques internacionais de governo digital reunem uma plétora de iniciativas e são, normalmente, pautados por critérios oriundos de economias estabelecidas, não aderentes aos desafios oferecidos por contextos mais exigentes de desenvolvimento social (lições aprendidas pelo Banco Mundial são mencionados). Uso de tecnologias apropriadas privilegiando acesso e inclusão é fundamental (caso do Togo é apresentado). A capacitação de servidores nesse contexto é um grande desafio, bem como a orquestração de esferas federativas (caso brasileiro é discutido). Convergência para atingimento de resultados, capacitação e construção de capacidades são objeto de debate.